A região onde está o bairro da Casa Verde, que completa cem anos em 1913, recebeu esse nome muito antes dos herdeiros do inglês João Maxwell Rudge lotearem o terreno, em 1913 (abaixo, anúncio de venda de lotes publicado no Estado em 20/9/1913). O bairro na zona norte, era para se chamar “Villa Tietê”, mas o simbolismo daquelas sete irmãs solteiras da “casa verde”, que viveram no século 18, foi mais forte.
As “Meninas da Casa Verde” eram as irmãs Caetana Antonia de Toledo Lara e Moraes (1754), Gertrudes Genebra de Toledo Rendon Freire, Joaquina Luisa Delgado de Toledo e Luna (1762), Puqueria Leocadia Domitilla Ordonhes de Toledo (1756), Ana Teresa de Araujo de Toledo (1751), Maria Rosa de Toledo Rendon (1758) e a caçula Redunzinda de Toledo (1764).
Filhas de um importante funcionário da Colônia, Agostinho Delgado Arouche, e irmãs de José Arouche de Toledo Rendon, plantador de chá em terras onde hoje fica a Praça da República, moravam em um casarão na antiga Rua do Collegio. É dessa casa que saem duas das três versões que explicam a “casa verde”. Na primeira, o casarão era verde. Na outra, apenas as janelas. Mas a versão, que mais se espalhou para explicar o nome do bairro, foi que verde era a cor da sede da fazenda localizada na margem direita do Tietê, entre Sant’Ana e e Freguesia do Ó.
Há poucas fontes sobre as irmãs de nomes longos que adotaram em homenagem às famílias fidalgas portuguesas das quais descendiam. Uma delas vem do históriador Nuto Sant’Anna. Segundo ele, em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo em 1936, com informações retiradas do recenseamento de 1830, as “Meninas da Casa Verde”, viviam “de jornaes de escravos, do aluguel de suas casas e da lavoura de sua chacra”. Nas terras herdada do pai, provavelmente se plantava café, conclui Sant’Anna que é autor do livro “As Meninas da Casa Verde”. Ainda segundo Sant’Anna, as sete filhas, dos onze que Delgado teve, eram estéreis. “Ellas, emfim, que por tanto tempo perfumaram com o seu espírito a vida romantica de São Paulo em principios do seculo XIX, tiveram um traço característico um pouco amargo e um pouco poético: viveram solteiras toda a vida – e por isso a vida toda ficaram sendo meninas”, conclui o historiador.
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