Tirou a cabeça de lado e o soco acertou o ombro. Na reação, golpeou e acertou o antebraço. Terminaram a luta quase abraçados e usaram a força da proximidade para um se afastar do outro.
O resultado foi cada um caindo sentado.
Ele no sofá. Ela na berger.
Quando as respirações apressadas começaram a cessar, sobrou no ar o assovio da panela de pressão. A válvula girava bem mais rápido do que quando
Tina chegara em casa naquele final de manhã.
Chegou Tina? Então tira o sapato porque vai riscar o assoalho que acabei de passar cera.
Nosso almocinho já vai sair.
Tina obedeceu. Seguiu para a cozinha.
Largou o saco de compras na mesa.
Ei, cuidado. Olha só. Vai estragar o bolo que acabei de assar. Vai não, já estragou. O saco acertou a ponta. Estragou a cobertura. E? E o que? Estragou a ponta. Ok, e?
Ele retornou ao fogão. Aumentou as chamas da panela de pressão pensando em acelerar o preparo da comidinha. Uma mão no botão, outro no cabo da panela.
Sentiu um leve toque na barba. Era uma maçã que passou pelo vidro da cozinha.
Porra Valentina, que foi?.
Al-mo-ci-nho teu cu, Enzo.
A maça estatelada no playground do prédio causou dúvida, espanto, curiosidade e indignação das mães e babás com seus carrinhos de bebês e das crianças que brincavam com seus patinetes e skates.